segunda-feira, 5 de novembro de 2018

M1-247

O tempo continua sendo meu maior inimigo. Ele passa muito rápido e eu não tenho o suficiente. Queria conseguir fazer mil coisas e termino o dia sem ter feito nada e totalmente exausto. Gasto o meu tempo com coisas que eu não queria... as vezes eu queria poder controlar um pouco mais meu tempo.

Se bem que acho que eu reclamo do universo quando a culpa no fundo é minha. Tive um feriado: três dias pra mim e o que fiz? Aparentemente nada. Não li o tanto que queria, não limpei a casa o tanto que precisava, não escrevi, não criei nada, gastei meu tempo com coisas a toa. 

A raiz do problema é a minha falta de energia (cansaço constante), desmotivação e um pouco de indisciplina. Deveria focar mais nas coisas que preciso fazer, e fazê-las sem parar... infelizmente isso é um pouco difícil pra mim. 

Estou conseguindo manter a média de dois livros por mês. Os da TAG estão sempre em dia e até deu pra ler mais um e ler é o que está mantendo minha chama acesa. Incrível como a literatura toca nas cordas mais íntimas de mim. 

Continuo tentando me achar... não consigo achar meu estilo. Gosto de tantas coisas distintas e não sei concatenar todas as referências. Gosto do meu lado místico-wicca-natural-Morgana de As Brumas de Avalon, mas também sou moderno-minimalista-tecnologico. Também sou o nerd introvertido que adora ler. Oscilo entre a casa de A Família Addams e uma residência tão minimalista que é quase histérico. Quero a art noveau com suas ornamentações rebuscadas e quero a art deco com suas retas. o brutalismo também me fascina. É difícil conciliar esses estilos em que um é ornamentado e o outro é a negação do que não é essencial. E isso permeia tudo o que faço. Não sei como organizar meu quarto, seus móveis e suas cores, também não sei que roupas usar ou qual corte de cabelo fazer. 

Entre as minhas insatisfações está o meu peso... cada vez aumentando. Um reflexo da má alimentação em conjunto com a ausências de exercícios físicos. Desconto também a minha frustração na comida.

Mas é um novo mês, amanhã é um novo dia, quase um ano novo. Todo dia é um novo dia pra tentar um recomeço. É o que farei amanhã.

domingo, 10 de junho de 2018

I AM AM I WHO AM I

How can you "just be yourself"
When you don't know who you are?
Stop saying "I know how you feel"
How could anyone know how another feels?
- Nightwish; Song of Myself 


Na adolescência a gente começa a moldar a nossa personalidade. Aquela vontade de pertencer ao grupo, achar o semelhantes, encontrar onde você se encaixa, onde você pertence... Acho que, de certa forma, não passei por isso. Sempre fui mais na minha, não fui atrás do meu grupo, ele acabava vindo naturalmente pra mim, nunca tentei me forçar a pertencer a alguma coisa. 

Cheguei a experimentar algumas coisas. Até cheguei e usar esmalte preto durante uma época, porque eu era gótico suave. Por dentro eu sempre soube quem eu era, o que eu gostava e não gostava, o que me chamava a atenção, me interessava e isso não mudou muito ao longo dos anos. Mas não acho que meu exterior representava como eu era por dentro.

De fato, sempre me preocupei muito pouco com a minha representação exterior. Sou o caçula dos primos, a maioria das minhas roupas era herdada do meu irmão ou dos meus primos. Até quase meus 18 anos era minha mãe que comprava minhas roupas então minha aparência era bem desleixada no sentido de eu realmente decidir o que eu queria.

Ainda em 2010 eu me preocupava mais com livros do que com roupas, então eu continuava desleixado nesse sentido. Alguns anos depois comecei a comprar algumas coisas que eu gostava para vestir... ainda assim, eram coisas aleatórias, peças que não conversavam entre si.

Hoje em dia eu penso mais um pouco em como o meu exterior precisa representar um pouco melhor com eu sou por dentro. Tenho muita insegurança com minha aparência, é fato. Tento melhorar isso ao poucos... talvez meu maior problema para definir meu estilo é porque eu gosto de tantas coisas diferentes, tenho tantas referências que se torna difícil concatenar tudo isso de forma coesa. 

Ultimamente tenho me tornado cada vez mais minimalista. Perdendo a vontade por cores, estampas... querendo orbitar mais em tons de cinza. Por outro lado, fico pensando se isso não me tornaria muito sem sal (visualmente).

Meu guarda-roupa é muito pequeno e está bem lotado. Estou adiando, mas quero pegar todas minhas roupas e ver o que ainda combina comigo, me desfazer do que não servir pro meu plano e ir em alguma loja complementar o resto. Perder uns quilinhos definitivamente iria me ajudar também.

Algo bom que aconteceu recentemente foi o trabalho adotar uniformes. Estava cansado de gastar minhas roupas lá e agora eu não passo mais por isso, mesmo tendo pego uniformes um pouco maiores do que eu devia.

Comecei a fazer um quadro de referências, juntando imagens de roupas que me agradam e combinações. Quero analisar e ver o que pode cair bem em mim e fazer um look que me represente e tenha personalidade.

Como disse, tenho muita insegurança com relação a minha aparência. Tenho muita dificuldade em experimentar coisas que fogem do que estou acostumado... sei que as vezes posso ter surpresas boas saindo da zona de conforto, mas romper essa casca que é o problema.

Mas irei tentar.





sábado, 2 de junho de 2018

Eu queria escrever

Consegui colocar minhas leituras da TAG em dia. Os dois primeiros livros do ano foram um tédio o que causou uma leitura arrastada que demorou mais do que devia e fez os livros se acumularem. 


O livro da Patti Smith me inspirou bastante, como já disse anteriormente, fazendo que meu lado escritor quisesse aflorar com força. O jeito que ela escreve é tão poderoso. O último livro que li também trabalhava a temática sobre escrever e mais uma vez minhas cordas autorais foram tocadas.

Ao mesmo tempo que tenho vontade de escrever, tenho uma frustração enorme. Sempre comparo o que eu escrevo com os autores que eu gosto e me sinto massacrado. Confesso que antigamente eu escrevia mal - ainda assim as palavras vinham com mais facilidade e eu sentia que o que eu escrevia tinha uma certa fluidez... isso na época do myspace, quando eu escrevia todos os dias.

Talvez até por eu escrever todos os dias os meus músculos eram exercitados e foram ficando mais fortes e conforme parei de escrever com frequências, eles foram atrofiando. Hoje acho tudo - absolutamente tudo o que escrevo muito maçante. Sem linearidade, sem começo meio e fim, sem propósito. O que eu escrevo não tem brilho nenhum, parece que meu vocabulário é limitado e minhas estruturas gramaticais equivalentes as de uma criança de ensino fundamental. 

Um dos problemas que acho que me bloqueia é a questão da personalidade... mas esse é um tema que quero discorrer outro dia.

Como mencionei, a Patti Smith tem me inspirado muito e quero tentar aprender um pouco com ela sobre como escrever. Talvez com mudanças simples eu posso "destravar" essa habilidade que eu aprecio muito.

domingo, 27 de maio de 2018

Freiheit

Tenho estado meio deprimido novamente. A vida mudou bastante no último ano e a inconstância das coisas me deixou exausto e meio perdido. Queria ter uma rotina pra poder me organizar e não me sentir no caos... mas agora que consegui ter uma rotina venho enfrentando outro problema: uma sensação de aprisionamento.

Recentemente li um livro sobre a escravidão nos Estados Unidos e me peguei pensando como eu seria um péssimo escravo: ou eu causaria uma revolução ou morreria muito rápido por insubordinação. Colocaria fogo naquelas plantações de algodão, mataria todos os Senhores... enquanto lia o livro aconteceram algumas coisas na minha vida que me fizeram perceber que atualmente sou um "escravo" e que não sou nem um pouco subversivo.

Tenho que estar em local x na hora y até as z horas. Fazer o percurso do dia sob o olhar do algoz. Produzindo ou fingindo que produzo, sempre com certo receio, medo, sem poder ir onde quero, quando quero... nem que seja só de vez em quando. Vejo que negligencio até a minha saúde por receio de ser punido por essa rotina. 

Who possesses your time
- Mislead us all, we are not in control
Also possesses your mind

 
 Isso me faz pensar em tantas coisas. Quero quebrar muitas dessas minhas correntes. Tentar ser mais minimalista, focar no que é essencial para que o dinheiro não me prenda tanto. Por enquanto preciso conviver com essa rotina, mas preciso aprender a administrar meu tempo. Usar meu tempo livre de forma mais útil, mais produtiva. 

A rotina me esgota de uma forma que não tenho energia pra fazer nada do que gosto - e depois fico triste por não estar fazendo o que gosto. É difícil quebrar esse ciclo. Meu metabolismo está muito lento também,é algo biológico parece, não só mental. Estou passando por muito estresse, o que dificulta mais.

Estou elaborando um plano, espero que dê certo. Amanhã é um novo dia e tenho uma nova oportunidade de tentar recomeçar. São muitas possibilidades e eu quero conseguir alcançar meus objetivos.



segunda-feira, 7 de maio de 2018

26

O último ano foi tão cheio de mudanças. Tanta coisa acontecendo, coisas ruins, coisas boas... talvez isso seja a vida. Sempre em constante mudança. Me sinto um pouco perdido no meio disso tudo.

Mudanças podem ser boas, mas também trazem insegurança. Tento criar sentido no meio desse caos. Fazer uma rotina pra poder ter um pouco de controle, porque é muito cansativo. Esse último ano tive que crescer muito, fui obrigado a isso.

Agora tenho 26 anos. Um ciclo terminou e é hora de começar outro. E já comecei com diversas novidades... uma dieta, exercícios, novos hábitos, muitas leituras, alguns projetos. 

Preciso aprender a cozinhar de verdade. Já venho tentando isso a um bom tempo, mas nunca levando tão a sério e cheguei numa situação crítica. É um aprendizado para a vida e muito necessário. Então para meu novo ano, isso é uma das minhas metas.


Espero que ano que vem, nessa época, eu já não esteja no Brasil. Preciso dar entrada na minha cidadania, preciso juntar dinheiro, e ano que vem quero fazer o curso de inglês  na Irlanda. Uma forme de investir no eu futuro e de conseguir uma experiência no exterior.

Quero me tornar mais minimalista. Nas coisas que tenho, nos ambientes em que vivo, nas roupas, na alimentação... em tudo. Quero fazer coisas diferentes, fora da rotina - não ficar nesse ciclo: casa-trabalho-casa-trabalho... Quero encontrar meus amigos, visitar lugares. Quero ser mais organizado.

Que mais um ano venha.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Devoção

Comecei o ano lendo dois livros arrastados: Retorno a Brideshead e As Quatro Estações. Dois livros que não falaram muito comigo, não conseguiram criar aquela conexões que faz a gente não querer parar de ler e que nos leva a refletir sobre o que lemos, não deixa um pouco diferente de quando começamos a leitura.

Por sorte, as leituras seguintes foram o oposto. Li O Alforje, de uma escritora iraniana, que tem uma narrativa muito interessante com nove personagens tendo suas histórias entrecruzadas quase no estilo de Os Contos de Cantuária. E em seguida li Só Garotos (Just Kids) da Patti Smith.

Só Garotos é uma autobiografia em que Patti foca especialmente na relação que ela tem com Robert Mapplethorpe. Eu não fazia ideia de quem era Patti Smith até ler o livro - o que é uma vergonha porque ela é bem famosa em diversas áreas da arte. Do Robert eu já tinha visto algumas fotografias mas sem saber que eram dele.

A escrita dela é muito sensível, delicada e bonita. A história cativante: deixou tudo pra trás para tentar uma vida incerta, passou fome, dormiu na rua. Viveu com o mínimo... mas mesmo na pobreza tinha seus livros, seus poetas e seus músicos. E transformou tudo isso em arte. Desenhou, pintou, fez instalações, colagens, escreveu muita poesia, escreveu teatro, fez música.  

Ela me deixou realmente inspirado. Várias ideias tem surgido na minha cabeça e pretendo colocar algumas delas em prática. Li o livro Devoção, também da Patti, e minha vontade de começar a criar coisas só aumentou. Por isso vou tentar escrever mais aqui de novo... ao menos essa semana eu devo escrever mais uma vez depois do meu aniversário.

Estou quase me atualizando nos livros da TAG (até chegar os 2 novos no começo do mês). Ler é tão bom.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Die Welt ist klein und wir sind groß

2017 foi um ano complicado. Acho que todos os anos são complicados de alguma forma, com altos e baixos. Mas foi o ano que perdi minha mãe e depois "perdi" meu emprego. Duas grandes mudanças. E eu usei essas duas grandes mudanças para crescer. Perder minha mãe me ajudou a me tornar mais independente e responsável sobre diversas coisas. Também me forçou a aprender novas coisas: cozinhas, lavar roupa, etc. Sair do CNA foi ótimo: consegui um novo emprego com melhores horários e um pagamento muito melhor, tive tempo de fazer uma disciplina na UFU e conhecer muita gente, também tive uma experiência de dar aula no estado e gostei bastante.

Como essas duas mudanças foram bem repentinas, me causou muito estresse. Com elas vierem outros problemas: meu pai e meu irmão brigando, deixando a casa com um clima muito desagradável, ninguém tendo tempo de cuidar da casa entre outras coisas. No final do ano descobrimos que meu avô está com câncer já em metástase... muita coisa na minha cabeça.

Um amigo que está morando na Irlanda e está me dando muito suporte veio pra cidade pro casamento do irmão e conversou bastante comigo me ajudando a criar um bom plano para as coisas que quero.

Irei pra Alemanha. Sim. Entretanto, não de imediato. Agora o plano é ir primeiro para a Irlanda. Ficar na casa desse amigo, fazer um curso de inglês que vai me dar visto de estudante - enquanto faço o curso vou dando andamento na minha cidadania italiana. Se tudo der certo, antes do visto terminar, já vou ter meu passaporte europeu. Ai serei livre.

Esse meu amigo também me incentivou a viajar de férias. Já fui a São Paulo e Ouro Preto - mas com a faculdade. Fui uma vez em Belo Horizonte, uma viagem muito divertida, mas bate e volta. Nunca fiz uma viagem de lazer, de férias e achei que era a hora de ter essa experiência.

Decidi ir para Santos, onde eu iria ver o mar pela primeira vez e iria conhecer a minha amiga Nina, que eu conheço desde 2008 pela internet.

Conheci a Nina na comunidade d'As Crônicas de Nárnia no Orkut. Foi amizade a primeira vista. Os anos da comunidade foi uma ótima época na minha vida e depois que o orkut acabou ela foi uma das poucas amizades que eu mantive. Fiquei muito ansioso para conhece-la e foi muito estranha vê-la porque parecia que a sensação foi que a gente já se via sempre... fiquei na casa dela e fiquei bem a vontade como se frequentasse lá a muito tempo. Nem tive problema em fazer coco (nunca consigo fazer fora de casa...)

A orla de Santos é linda, mas o mar não me impressionou tanto como eu achei que iria. É um rio com gosto estranho. Todos me disseram que a praia de lá não é muito boa, a areia é muito cinza e a água muito suja. Ainda assim foi uma ótima experiência e gostei da cidade e tudo o mais. Assistir aos fogos da vira do ano na praia foi incrível. Quase 18 minutos de fogos que passaram como num piscar de olhos.

Fiquei em Santos do dia 31 de dezembro até o dia 3 de janeiro e então parti para Curitiba. Em Curitiba eu visitei a Janine e o Rafael. Me encantei com a cidade. É grande mas muito organizada, com muitos shoppings, restaurantes, parques, tudo cheio de árvores. E o chuveiro do apartamento deles é uma coisa maravilhosa

Gostei muito dessa experiência de viajar sozinho. Passei uns sustos nas rodoviárias (especialmente a de Santos que é pequena, lotada e bem bagunçada). A de Uberaba é bem calma, a de Curitiba é enorme e complicada... mas deu tudo certo. Aprendi bastante sobre mim nesses dias de viagem, tive o choque de realidade de que o mundo é maior do que eu conheço.

Agora é hora de focar nos planos de 2018.





"Chegou à conclusão de que era um monstro, separado do resto da humanidade. Caiu sobre ele uma tristeza tremenda..."