Um relógio de água

Once again, fique muito tempo sem escrever aqui e nesse meio termo muita, mas MUITAS coisas mesmo aconteceram. Por esse mesmo motivo não vou dizer quase nada aqui - tomo o mesmo remédio que a Vanusa mas não tá surtindo efeito, esqueci boa parte dos acontecimentos e o que lembro não é relevante pra perder tempo relatando aqui.

Entretanto, relatarei algumas coisinhas que me lembro. Começando pela minha boa ação deste sábado, dia 8 de maio de 2011:

Fui pra casa da minha prima pra gente assistir Desperate Housewives (é um ritual nosso, estamos tentando chegar na sétima temporada pra poder seguir do episódio atual). Depois de alguns capítulos fui embora porque já era tarde, quase meia-noite. No caminho de volta me deparo com um senhor bem velhinho caído no chão, escorado na parede segurando um cachorro que parecia um grande urso de pelúcia pela coleira, com o lado direito do rosto coberto de sangue.

Não tinha mais ninguém na rua, não tive escolha senão ajudar. Ajudei ela a pôr-se de pé e então ele me explicou o ocorrido: foi levar o Lion, o cachorro, para passear mas quando ele chegou em frente a uma casa que é vigiada por um pitbull o Lion puxou ele com muita força levando-o de encontro ao chão, fazendo os óculos caírem e bater a cabeça, ficando ali por cerca de 10 minutos já que ninguém que passava pela rua parava para ajudá-lo até eu aparecer.

Ele me pediu pra acompanhá-lo até a casa dele que era a menos de um quarteirão dali e assim o fiz. Chegamos até a casa dele e acorrentamos o Lion numa pilastra. Ele - já mencionei até o nome do cachorro então acho que já passou de hora de mencionar o nome do velhinho: Antônio, vulgo Seu Filhinho - mora com um maço paralítico então, mais uma vez a situação caiu em minhas mãos. Como o Antônio não tinha mais ninguém, escoltei-o até o hospital.

Quando chegamos lá eu percebi como o hospital daqui é precário. Havia uma fila na portaria e nenhuma atendente, tive que fazer uma tour pelo hospital pra encontrar alguém que pudesse me me atender. Depois de muita enrolação e burocracia, atenderam o senhor. Embora ele estivesse sangrando muito não foi necessário sutura, havia apenas ralado bastante e um curativo de gaze resolveria o problema. Por ter batido a cabeça ele teria que ficar 6 horas em observação. Não tinha avisado ninguém sobre aonde estava não podia ficar lá, então fui até a caso do seu Antônio pedir pra avisarem a filha dele para que ela fosse ficar de acompanhante.

Depois deste episódio ganhei lugar no Céu. Ou, ao menos, uma pulseirinha da área VIP do Inferno. E com isso também esgotei minhas reservas de boa ações do mês. Então não me encham que não vou ajudar ninguém mais até segunda ordem. A propósito, a última vez que escrevi tinha 18 anos... agora já tenho 19. A notícia boa é que, segundo o novo senso do IBGE os brasileiros estão vivendo mais.

Andava um pouco desmotivado e percebi que é porque eu estava sem metas e por isso decidi me impor algumas. Até o momento decidi só sobre coisas pequenas: fazer as tarefas e ler os livros da faculdade, arrumar o quarto todos os dias, manter uma organização básica, optimizar meu tempo, tentar não atrasar e, ao menos uma vez por semana, escrever aqui - dessa vez quero mesmo cumprir essas pequenas tarefas, significa muito para mim. Conto com a ajuda de vocês, me cobrem com frequência.

Gostaria de comentar sobre alguns livros, filmes e álbuns que tive o prazer de apreciar mas vou deixar para um outro dia porque já são três e meia da manhã e tenho que acordar cedo... manter um horário de acordar e dormir é um dos meus objetivos - que eu já estou quebrando...