quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

E mais um ano passou


Esse ano foi muito incomum. Estamos em dezembro e não estou sentindo aquela melancolia que essa época sempre me traz. O ato de ficar em casa mais do que o normal, ver menos rostos, ir a menos lugares fez com que os dias se mesclassem e a sensação de passagem do tempo não me atingiu. Parece que ainda estou lá no começo de março. 

Mais incomum ainda foi a quantidade de tempo livre que eu tive e não sei onde foi parar. Não assisti quase nenhum filme, nenhuma série. Minha pilha de livros está alta. Acumulou mais da metade do que eu deveria ter lido. Cheguei até a pensar em cancelar a assinatura da TAG. 

Mas nem tudo foi perda de tempo. Esse ano aprendi crochê, crochê tunisiano e aprendi o ponto básico de tricô (embora ainda não tenha feito nada no tricô). Meu objetivo agora é melhorar nas técnicas e fazer outras coisas. Quero muito fazer um suéter. Comprei vários rolos de cordão e lãs, agora preciso de projetos pra gastar todo o material. Alguns dos cordões e lãs foram comprados por impulso e agora não faço ideia do que fazer com eles... e vivo querendo comprar outras cores. Estou tentando fazer pequenos projetos pra presentear os amigos e gastar as linhas (além de praticar). 

O ano foi tão estranho que cheguei a zerar minha conta no banco. Gastei muito com comida e coisas inúteis... curiosamente, no dia que notei que estava sem dinheiro, várias pessoas começaram a me pagar. Gente que eu nem sabia que estava me devendo. Essa situação abriu meus olhos pra voltar a controlar minhas finanças. É sempre bom ter uma reserva de segurança. 

Recentemente apareceu uma nova oportunidade de emprego que talvez eu consiga conciliar com o que eu já tenho. Teria menos tempo, mas teria mais dinheiro. E pela minha experiência eu acredito que vale a pena ter menos tempo durante um tempo pra poder juntar dinheiro. Um ano com dois salários daria pra por muita coisa em ordem. [eu do futuro: já dei a aula experimental, fiz as avaliadoras rirem, recebi uma resposta marcando uma entrevista para amanhã]

 A propósito, é clichê, mas organização ajuda muito em tudo. Esse ano comecei a usar agenda com um pouco mais de frequência e ajudou bastante. Ano que vem quero usar ainda mais e conseguir me organizar e fazer os plano. Sentia que fazer listas era um peso porque era um registro do meu fracasso...só que depois de tanto tempo sem fazer listas de tarefas e registrar as minhas atividades eu sinto que elas eram efetivas. Serviam como uma forma de lembrar que eu tinha coisas pra fazer e tinha que fazê-las. 

Aproveitei que minhas férias começaram e é final de ano e resolvi fazer uma limpeza profunda nas minhas coisas. Muitos livros da época da faculdade, algumas fotocópias e vários livros que eu nunca irei ler e ainda assim mantinha guardado foram doados. Comecei a doar as HQs também depois de anos tentando vender sem sucesso. Quero abrir espaço nas minhas coisas. Vou tentar me desfazer de muitos livros e alguns objetos que eu não tenho necessidade. Também dei um limpa no guarda-roupa, separei muita coisa que não me serve e estou pensando em separar o que me serve mas que eu não uso a muito tempo. 

Ainda não terminei de arrumar tudo, mas não falta muito. Amanhã devo por tudo em ordem e ai vai ser só curtir o fim do ano e tentar por em dia a leitura... e tem chance de eu começar crossfit. Vamos ver...

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Um ano distante

"I am a silhouette of the person wandering in my dreams" 

- EPICA; Phantom Agony 

Eu sempre interpretei esse verso da música do épica como sendo a nossa expectativa versus a nossa realidade. Acho que todo mundo sonha em ser mais do que é. Eu queria falar várias línguas, ter várias habilidades, me alimentar melhor e fazer mais exercícios. 

No plano das ideias isso é muito fácil, mas trazer isso pra realidade é bem mais complicado. A gente é uma sombra do que gostaríamos de ser. As vezes, parte disso é a nossa falta de tempo. As vezes passamos tanto tento trabalhando pra no fim do dia não termos energia pra mais nada. Outras vezes é nossa incapacidade de conseguir organizar o tempo que temos. O motivo para isso é diverso. 

Hoje em dia meu caso de inércia é por não organizar meu tempo. Meu trabalho hoje me permite ter muitos horários livres, mas eu não consigo me organizar pra aproveitar. Muitas séries ficam por serem assistidas, muitos livros vão se empilhando, a sujeita vai se acumulando no quarto, quatro quilos a mais por não fazer nenhum exercício... Na verdade, esse não é realmente o motivo, mas uma consequência. O motivo é a apatia, uma falta de energia, medo. 

I'll never know what I'm capable of
If i don't go where I'm scared to be lost

- Fallulah; Out Of It

Com a pandemia e a quarentena, o tempo transborda. Um pouco tarde, mas decidi tentar aproveitar e aprender algo novo. Fui me dedicar ao crochê. Para minha surpresa, achei bastante terapêutico, um ótimo passa tempo. Também fui pro crochê tunisiano e estou trabalhando em uma capa de almofada. Em breve quero aprender crochê e fazer uma blusa. Também fiz velas (não tão bem sucedido como eu gostaria) e me aventurei na costura e no bordado. Acho que todo mundo deveria encontrar um hobby manual. 

Quero encontrar a energia pra me organizar e fazer tudo o que quero. A quarentena deve durar até ano que vem, ainda tenho bons meses para sair da toca uma pessoa totalmente diferente... A propósito, fui ao rancho pela segunda vez, fazia tempo que eu não tocava a natureza, foi muito bom.






terça-feira, 21 de abril de 2020

Aquela apatia novamente.

O mundo em quarentena. Ao menos em alguns lugares. Ao menos é o que deveria estar acontecendo. No Brasil a situação é mais complicada porque a grande massa da população é ignorante, sem estudo, sem pensamento crítico, totalmente manipulada.

Agora é um daqueles momentos que eu queria escrever sobre muitas coisas, mas é tudo tão distinto que não consigo concatenar todas as ideias, pontos e assuntos e muito menos conseguir isolar um só para discorrer individualmente. 

O problema que sinto agora é minha apatia, falta de constância e de estabelecer uma rotina. Parece que todo dia eu acordo, faço só uma coisa e o dia já terminou. Não me sinto produtivo embora eu tenha muita coisa para fazer e queira fazer muita coisa. Fico andando em círculos e procrastinando.

Queria estudar alemão com mais compromisso. Queria tentar me dedicar a um hobby construir algo com as mãos. Já escrevi aqui anteriormente que sinto falta de ter paixão por alguma coisa, um assunto... algo que se alguém mencionar eu vou saber dissecar e explicar todos os pormenores. Já tive essa capacidade a uns 15 anos atrás quando eu era da comunidade d'As Crônicas de Nárnia no Orkut. Bons tempos.

Atualmente minhas leituras estão atrasadas... comecei a me esforçar um pouco mais pra ver se diminuo a pilha de livros. Tenho novelos de lá que quero usar pra aprender crochê.  Tenho um guarda-roupa para arrumar. Tenho gavetas e armários para limpar. Queria escrever aqui com mais frequência - me ajuda a organizar os pensamentos e registra meus momentos para eu revisitar no futuro.  

Um dos meus objetivos será anotar os assuntos que quero escrever e ver se consigo desenvolve-los individualmente e com calma. Mas até lá, vou ver se consigo ser mais ativo, fazer mais coisas, me sentir produtivo.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Um livro pra conversar

 "Nunca confie em ninguém que não trouxe um livro consigo."
 - Lemony Snicket

Livros são sempre boas companhias. Adquiri o habito de sempre carregar um comigo. Antigamente eu lia apenas no meu quarto, não conseguia concentrar de houvesse movimento ou barulho ao meu redor. Com o passar dos anos, as obrigações aumentaram e o tempo encurtou mais e, se eu quisesse ler teria que criar meu tempo. Foi assim que eu aprendi a ler no restaurante, na fila do banco, na espera do médico.

Sou totalmente sem jeito com conversa com desconhecidos. Me sinto péssimo quando não abro a boca durante a corrida do Uber, mas também não sei puxar ou manter o assunto. A gente fala do tempo, de como os motoristas são péssimos em Uberaba e o assunto morre pra mim. Não sei fazer as perguntas certas, não sei como contar uma história sobre o assunto, não sei o que dizer sobre a história que o motorista está contando. Então mesmo quando tento manter uma conversa ela termina rapidamente em silêncio.

Entretanto, é curioso como os livros me ajudam a iniciar um bate papo agradável com alguém que eu não conheço. Tenho quatro casos para contar sobre o assunto

A uns três anos atrás eu estava na unidade de pronto atendimento, provavelmente a garganta estava inflamada e eu queria uma receita para amoxicilina, quando uma moça de aparência jovem, cabelo chanel preto, um cardigã confortável de lã vinho, gargantilha de pedra, veio me perguntar que livro eu estava lendo, As Brumas de Avalon. Ai ela veio me dizer que já tinha lido. Logo eu sabia que ela não era de Uberaba, mas estava morando aqui com o marido porque ele tinha conseguido uma vaga de professor de geografia em uma universidade... a sensação que eu tive é de que eu a conhecia a muito tempo, que éramos grandes amigos. Enquanto conversava com ela só conseguia pensar em como seria agradável poder conversar mais com ela outras vezes. Infelizmente nunca mais a vi. Nem lembro seu nome.

Um ano depois, já fazendo dois anos que minha mãe havia morrido, meu pai estava muito ruim e queria ser internado em uma clínica de reabilitação. Fui com ele, passamos pelo atendimento médico, assistente social, psicólogo. Entre um atendimento e outro aproveitei pra ler. Quando estava indo embora uma das moças, estagiaria de psicologia, veio correndo até mim para perguntar que livro eu estava lendo, Linha M, da Patti Smith. Ela era uma típica aluna de humanas. Cabelo tingido, look descolado. Talvez lésbica. Não chegamos a conversar muito mas me liguei a ela de uma forma muito forte. Especialmente por ela ter tido todo o trabalho de me perseguir só pra saber qual livro eu lia. Uma pessoa que faz esse tipo de esforço só pode ser alguém muito bom. Não chegamos a falar nossos nomes.

O próximo encontro foi na Casa do Senhor. Não sou de forma alguma religioso, sou ateu, mas estava lá. E como não tinha interesse algum em seguir a missa, me sentei no banco mais distante, no canto mais reservado, abri meu livro e aproveitar a uma hora e meia seguinte. Até que uma moça veio perguntar qual livro era, A Seca. Por ser igreja não deu pra bater muito papo. Mas gostei do jeito novo dela, cabelo afro, com bastante atitude. Alguém que parecia o tipo de pessoa que eu gostaria de manter amizade.

O caso mais recente foi numa academia. Se eu estava em uma academia, certamente não era pra fazer exercícios. Então me sentei confortavelmente em um banco e mergulhei no livro. E então senti um toque no meu ombro. A moça quis saber qual livro eu estava lendo, O Dia Em Que Selma Sonhou Com um Ocapi. Essa eu lembro o nome: Thamirys. Muito comunicativa, muito mesmo. Acredite, ela não parava de falar. Não era nem de Uberaba, mas sim, de Uberlândia. Logo descobrimos uma amiga em comum e basicamente eu não falei nada, só ela.

Ainda tenho um bônus: eu ainda estava na faculdade, estava indo para o curso de inglês, O Morro dos Ventos Uivantes em edição de capa de tecido preto da editora Abril debaixo do braço. Quando passou dois caras de bicicleta e um me dirige a palavra: só não vou te assaltar porque você está carregando a Bíblia. Tenho que dar graças a Deus ou graças aos livros?

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

20/20

Apagam-se as luzes, descem as cortinas. Mais um ano termina. Hoje em dia marco meu ano novo mais pelo meu aniversário do que pelo calendário normal... mas depois desse ano estou até repensando em fazer como as demais pessoas. Meus horários agora estão bem flexíveis e está girando melhor em torno do calendário romano. Talvez eu possa ter dois anos novos... é sempre bom ter começos.

Em 2019 eu mudei de emprego. A cada empresa que eu estive eu aprendi um pouco e cresci bastante. Agora estou num momento muito bom: bons horários, pagamento bom, equipe excelente e possibilidades de crescimento enormes. Por isso meu desejo esse ano é me dedicar ainda mais ao trabalho, ser um profissional ainda melhor, mais pontual e organizado. 

Meu projeto de mudar de país não está descartado. Mas acho que eu não estava pronto - e ainda não estou - pra ir. Em 2020 eu pretendo fazer o CELTA, um curso que me permitirá dar aulas de inglês em outros países. Isso seria uma ótima forma de me preparar e ter mais chances no exterior. Enquanto isso vou juntando dinheiro como sempre.

Para meus estudos eu quero terminar a árvore de francês no Duolingo. Pretendo fazer duas unidades por semana. No alemão eu quero fazer o livro/gramática que comprei, ao menos uma unidade por semana. Também quero começar o curso de caligrafia. 

Quero fazer pequenos desafios de 30 dias durante o ano. Coisas que talvez eu não dê continuidade mas que quero ter a disciplina de tentar por ao menos 30 dias. Por exemplo: não comer carne, não comprar nada nova ou gastar dinheiro, não comer comida processada, desenhar, não tomar refrigerante... algo que me estimule e me torne mais criativo.

A batalha pelo emagrecimento é difícil mas não impossível (inclusive eu perdi dois quilos nas últimas semanas). Quero ver se perco ao menos 10 quilos durante o ano... Estou agora com 64 e queria meu peso de 54 de quando eu saí da faculdade. Se conseguir chegar os 50 seria perfeito. Embora eu entenda que peso não é necessariamente a medida ideal pra se levar em conta porque se eu ganhar músculo eu posso ficar ainda mais pesado (embora mais magro). A ideia é perder gordura e ser menos sedentário. Vou tentar fazer caminhada ao menos três vezes na semana e alguns exercícios em casa todos os dias (ou ao menos nos dias que eu não for caminhar).

Quero produzir menos lixo. Consumir com mais consciência. Usar mais ecobags, comprar mais a granel, reaproveitar e ressignificar o que já tenho e, consequentemente, economizar dinheiro.

Quero continuar a reforma do meu quarto. Já fiz a mesa, essa semana quero fazer as prateleiras. Depois quero fazer a cômoda/estante e a mesa de cabeceira. Depois disso falta só o guarda-roupa.
 
Quero ler ao menos dois livros por mês. O ideal seria 3, mas 2 já me deixaria atualizado com os livros da TAG. Quero usar mais meu kindle, tentar migrar um pouco para os livros digitais.

Quero viajar. Tenho um destino em mente pra ir esse ano. Queria viajar no meio do ano e no final. Cheguei a pensar em uma viagem internacional, mas acho que o Brasil tem tanta coisa interessante...

Quero ver se tiro minha carteira de motorista. Não é uma prioridade, mas se rolar seria bom.

Quero muita saúde. Com saúde a gente consegue correr atrás do resto.

Feliz 2020 para todos. 


"Chegou à conclusão de que era um monstro, separado do resto da humanidade. Caiu sobre ele uma tristeza tremenda..."