domingo, 27 de maio de 2018

Freiheit

Tenho estado meio deprimido novamente. A vida mudou bastante no último ano e a inconstância das coisas me deixou exausto e meio perdido. Queria ter uma rotina pra poder me organizar e não me sentir no caos... mas agora que consegui ter uma rotina venho enfrentando outro problema: uma sensação de aprisionamento.

Recentemente li um livro sobre a escravidão nos Estados Unidos e me peguei pensando como eu seria um péssimo escravo: ou eu causaria uma revolução ou morreria muito rápido por insubordinação. Colocaria fogo naquelas plantações de algodão, mataria todos os Senhores... enquanto lia o livro aconteceram algumas coisas na minha vida que me fizeram perceber que atualmente sou um "escravo" e que não sou nem um pouco subversivo.

Tenho que estar em local x na hora y até as z horas. Fazer o percurso do dia sob o olhar do algoz. Produzindo ou fingindo que produzo, sempre com certo receio, medo, sem poder ir onde quero, quando quero... nem que seja só de vez em quando. Vejo que negligencio até a minha saúde por receio de ser punido por essa rotina. 

Who possesses your time
- Mislead us all, we are not in control
Also possesses your mind

 
 Isso me faz pensar em tantas coisas. Quero quebrar muitas dessas minhas correntes. Tentar ser mais minimalista, focar no que é essencial para que o dinheiro não me prenda tanto. Por enquanto preciso conviver com essa rotina, mas preciso aprender a administrar meu tempo. Usar meu tempo livre de forma mais útil, mais produtiva. 

A rotina me esgota de uma forma que não tenho energia pra fazer nada do que gosto - e depois fico triste por não estar fazendo o que gosto. É difícil quebrar esse ciclo. Meu metabolismo está muito lento também,é algo biológico parece, não só mental. Estou passando por muito estresse, o que dificulta mais.

Estou elaborando um plano, espero que dê certo. Amanhã é um novo dia e tenho uma nova oportunidade de tentar recomeçar. São muitas possibilidades e eu quero conseguir alcançar meus objetivos.



segunda-feira, 7 de maio de 2018

26

O último ano foi tão cheio de mudanças. Tanta coisa acontecendo, coisas ruins, coisas boas... talvez isso seja a vida. Sempre em constante mudança. Me sinto um pouco perdido no meio disso tudo.

Mudanças podem ser boas, mas também trazem insegurança. Tento criar sentido no meio desse caos. Fazer uma rotina pra poder ter um pouco de controle, porque é muito cansativo. Esse último ano tive que crescer muito, fui obrigado a isso.

Agora tenho 26 anos. Um ciclo terminou e é hora de começar outro. E já comecei com diversas novidades... uma dieta, exercícios, novos hábitos, muitas leituras, alguns projetos. 

Preciso aprender a cozinhar de verdade. Já venho tentando isso a um bom tempo, mas nunca levando tão a sério e cheguei numa situação crítica. É um aprendizado para a vida e muito necessário. Então para meu novo ano, isso é uma das minhas metas.


Espero que ano que vem, nessa época, eu já não esteja no Brasil. Preciso dar entrada na minha cidadania, preciso juntar dinheiro, e ano que vem quero fazer o curso de inglês  na Irlanda. Uma forme de investir no eu futuro e de conseguir uma experiência no exterior.

Quero me tornar mais minimalista. Nas coisas que tenho, nos ambientes em que vivo, nas roupas, na alimentação... em tudo. Quero fazer coisas diferentes, fora da rotina - não ficar nesse ciclo: casa-trabalho-casa-trabalho... Quero encontrar meus amigos, visitar lugares. Quero ser mais organizado.

Que mais um ano venha.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Devoção

Comecei o ano lendo dois livros arrastados: Retorno a Brideshead e As Quatro Estações. Dois livros que não falaram muito comigo, não conseguiram criar aquela conexões que faz a gente não querer parar de ler e que nos leva a refletir sobre o que lemos, não deixa um pouco diferente de quando começamos a leitura.

Por sorte, as leituras seguintes foram o oposto. Li O Alforje, de uma escritora iraniana, que tem uma narrativa muito interessante com nove personagens tendo suas histórias entrecruzadas quase no estilo de Os Contos de Cantuária. E em seguida li Só Garotos (Just Kids) da Patti Smith.

Só Garotos é uma autobiografia em que Patti foca especialmente na relação que ela tem com Robert Mapplethorpe. Eu não fazia ideia de quem era Patti Smith até ler o livro - o que é uma vergonha porque ela é bem famosa em diversas áreas da arte. Do Robert eu já tinha visto algumas fotografias mas sem saber que eram dele.

A escrita dela é muito sensível, delicada e bonita. A história cativante: deixou tudo pra trás para tentar uma vida incerta, passou fome, dormiu na rua. Viveu com o mínimo... mas mesmo na pobreza tinha seus livros, seus poetas e seus músicos. E transformou tudo isso em arte. Desenhou, pintou, fez instalações, colagens, escreveu muita poesia, escreveu teatro, fez música.  

Ela me deixou realmente inspirado. Várias ideias tem surgido na minha cabeça e pretendo colocar algumas delas em prática. Li o livro Devoção, também da Patti, e minha vontade de começar a criar coisas só aumentou. Por isso vou tentar escrever mais aqui de novo... ao menos essa semana eu devo escrever mais uma vez depois do meu aniversário.

Estou quase me atualizando nos livros da TAG (até chegar os 2 novos no começo do mês). Ler é tão bom.

"Chegou à conclusão de que era um monstro, separado do resto da humanidade. Caiu sobre ele uma tristeza tremenda..."