terça-feira, 21 de novembro de 2017

Um dia vai melhorar

Estou tão cansado... a sensação que tenho é que muitos problemas, muitas situações, muitos sentimentos que eu deveria ter lidado antes mas que eu acabei ignorando, evitando, fingindo que o elefante branco na sala não estava lá agora estão tudo me cercando e já não está dando pra não esbarrar neles.

Preciso de um tempo sozinho, só meu mesmo para poder abrir as caixinhas e encarar esses sentimentos que fui guardando. 

Eu sempre tento ser uma pessoa melhor. Sempre quero melhorar. Seja fisicamente, intelectualmente ou sentimentalmente. Me preocupo com meus amigos. Tenho que mandar uma mensagem de vez em quando pra saber se estão bem, muitas vezes eu estou um lixo e mesmo assim coloco a minha melhor máscara e vou dar apoio aos meus amigos. Muitos deles também têm vários problemas e me preocupa que algo posso acontecer com eles.

Fico frustrado por não poder fazer mais por eles. Ou porque o problema é muito grande, ou eles estão muito longe geograficamente ou é um problema que foge totalmente da minha capacidade. Ainda assim eu queria fazer muito mais por eles.

Mas estou muito cansado...

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Escrever um livro...

Promessas foram feitas para serem quebradas. Falei que ia escrever com mais frequência e só apareci aqui de novo quase seis meses depois... Muita coisa aconteceu e quase nada aconteceu. Eu sei, é estranho e fico com vontade de escrever tanta coisa aqui mas como está tudo acumulado não sei por onde começar e no fim não consigo dizer nada.

Mas falando em escrever, ando com a vontade de começar a escrever um livro. Andei lendo bastante Stephen King e ele consegue pegar uma premissa tão simples e transformar aquilo em algo tão bom que parece ser tão fácil escrever... me inspirou. Entretanto, meu livro não seria de terror. Ao menos a minha primeira ideia não é essa. 

Estou pensando em escrever algo político, inspirado na situação atual do Brasil. Uma imaginação de como seria o futuro se algumas coisas que estão acontecendo se agravassem. Meu maior medo de escrever algo assim é acabar escrevendo um 1984 genérico... Ao menos sempre me vem a cabeça, 1984, Admirável Mundo Novo e até mesmo a nova temporada de American Horror Story. 

Essa semana eu fiz uma prova para pleitear uma bolsa de francês e uma parte da prova era uma redação em que devíamos escrever uma narrativa. Adorei como consegui fluir uma história sem dificuldade - embora tenha tido dificuldade em economizar palavras porque tinha um número limitado de linhas que eu quase ultrapassei. 

Acredito que se eu começar a escrever alguma coisa, pode sair algo interessante. Provavelmente eu descartaria tudo que escrevi no começo, mas o ato de começar a escrever faria as ideias surgirem... Tentarei achar tempo para começar algo. Ainda tenho que fazer muita pesquisa.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Sobre Viver

A algum tempo atrás eu li que a vida é cíclica e que um novo ciclo começa a cada sete anos. Para mim essa teoria está funcionando. Sete anos atrás tive um grande mudança na vida com o término do ensino médio, início da faculdade, na época minha mãe descobriu o problema no coração e fez a cirurgia e foi uma época complicada para mim. Sete anos depois um novo ciclo começou: perdi minha mãe, mudei de emprego, comecei a movimentar as coisas do mestrado...

Estou com alguns novos projetos também. Realmente é uma nova fase em minha vida e estou perto de dar o próximo grande passo. A cada dia começo a tomar mais coragem para sair da zona de conforto com mais frequência. Faltam menos de dois meses para terminar a disciplina na UFU e ai vou decidir o rumo da minha vida.

 Comecei a escrever um bullet journal. Ainda não peguei o jeito disso e tenho bastante inveja das pessoas que fazem uns que são verdadeiras obras de arte. Aos poucos estou aprimorando, a cada mês melhoro algo e deixo mais dinâmico pra mim. Vi que não funciona usar como se fosse um diário porque não me motiva escrever todos os dias e nem sempre quero escrever e também não atende meus propósitos. Da forma que fiz esse mês parece o mais adequado até o momento e acho que agora vai ficar mais divertido.

 Essa semana a mãe de um amigo morreu. Passei a madrugada no velório até o enterro e depois ajudei ele e separar as coisas da mãe para doação. Eu a conhecia e ela gostava bastante de mim, era uma pessoa muito boa e a situação me fez relembrar minha mãe, agora fazendo 5 meses de falecida. De novo me veio o sentimento de que preciso aproveitar melhor as pessoas e as coisas pequenas. Hoje decidi encontrar uma amiga e fomos tomar sorvete. Foi bastante divertido e até andamos no Trenzinho da Alegria, deu pra rir bastante. Quero fazer esse tipo de coisa com mais frequência.

Pensando nessa questão de mudanças, decidi mudar o título do blog pra acompanhar a nova fase. Sobre Viver. Gostei do jogo de palavras. Tentarei escrever com mais frequência, a propósito (sempre falo isso...)

domingo, 7 de maio de 2017

25

Essa semana foi a época de soprar as velinhas. Foi o dia marcar que mais um ano passou na minha vida. E a um ano atrás eu havia decidido que meu ano seria marcado pelo meu aniversário e não pelo réveillon, afinal é em meio que completo um ciclo e não no dia 31 de dezembro. E a um ano escrevi aqui no blog:

Tenho um ano para mudar. Hoje é o primeiro dia de um ano novo e estou ansioso para saber como estarei quando estiver completando um quarto de século.

E muita coisa mudou. Coisas que eu estava lutando para mudar e coisas que eu nunca parei pra pensar que mudariam. Acredito que a maior mudança foi a morte de minha mãe... foi o estopim para muita coisa.

Por sorte eu já havia começado a me aventurar na cozinha, hoje consigo fazer algumas coisas mais sofisticadas... embora eu não cozinhe com muita frequência, quando preciso não passo sufoco. Vou continuar indo aos poucos desenvolvendo essa habilidade e espero que em breve eu tenha desenvoltura nessa área.

Também me surpreendi com a facilidade que tenho pra lavar minha roupa. Antes eu lavava: colocava tudo na máquina de lavar roupas apertava um botão e pronto. Agora eu estou preferindo lavar na mão e nem demoro muito nessa tarefa. Como tudo, preciso desenvolver alguns macetes e truques, mas no geral consigo fazer um bom serviço...

Mudei de serviço. Era algo que eu queria a muito tempo. Acho até engraçado que a dois anos, quando entrei no CNA, meu sonho era receber um salário de mil reais. Eu era jovem e ingênuo. Mês passado eu mudei meus horários na Superminds e agora vou receber uma quantia que faz a ideia de ir morar sozinho não ser algo tão improvável ou inviável/impossível. Somando a isso o pouco que ganho no estado e com aluno particular dá pra me manter estável... ao menos estou conseguindo juntar dinheiro.

Ainda preciso muito tirar a carteira e, quem sabe, comprar um carro (minha prioridade sempre é uma casa... mas um carro me ajudaria bastante).

No final do ano escrevi o seguinte:

Dessa vez não farei nenhuma lista de metas para 2017 - farei uma promessa mais ampla: em 2017 quero sair mais vezes da minha zona de conforto. Quero enfrentar coisas que me assustam. 

É exatamente assim que meu 2017 tem sido. Estou saindo da minha zona de conforto a todo momento, sempre enfrentando algo novo e conseguindo superar os obstáculos. Estou orgulhoso de tudo que estou conseguindo superar. 

Agora que um ciclo terminou, hora de começar outro. Tenho mais um ano para conquistar muitas coisas. As prioridades devem ser: entrar para o mestrado, tirar a carteira de motorista, emagrecer (a cada dia que passa eu acumulo mais um pouco de gordura), ler mais... mas a gente nunca sabe o que vai acontecer.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Aftermath

Desde 2009 eu percebi que minha vida acontece em ciclos e sempre que eu estou num momento muito ruim, logo depois acontece uma grande mudança que torna as coisas melhores.

Desde o final do ano eu estava em um momento ruim, muito cansado físico e mentalmente, estressado e meio sem perspectiva e tudo culminou na morte da minha mãe. Ainda estou aprendendo a lidar com a situação e alguns dias são mais difíceis que outros... Eu não era a pessoal mais grudada com minha mãe, ainda assim sinto a ausência.

O segundo ponto foi sair do meu emprego. Acho que não mencionei isso aqui anteriormente, mas pedi demissão do CNA (pra falar a verdade, meio que fui coagido a pedir demissão). 

Mas isso tudo fez o ciclo terminar. Quando você chega no fundo do poço não há como afundar mais, o único caminho é pra cima de novo. A roda girou e agora começo a subir mais uma vez. Agora um pouco mais experiente, um pouco mais sábio, um pouco mais maduro, um pouco diferente do que eu fui - e espero que melhor.

Sem minha mãe, estou tendo que me virar com algumas coisas da casa. Na cozinha eu sabia fazer algumas coisas, agora estou começando a tentar fazer as coisas com meus frequência e ir ampliando minhas habilidades culinárias. Também estou aprendendo a manejar meu tempo para fazer as tarefas da casa... lavar minha roupa, lavar o banheiro, arrumar algum cômodo...

Atualmente a casa está uma bagunça enorme e bem suja - mas tem um motivo: estou reformando um cômodo para virar uma sala de aula para que eu possa dar aulas particulares. Atualmente tenho 3 alunos particulares e esse número deve aumentar esse mês.

Sair do CNA foi ago muito bom no final das contas: comecei a trabalhar em uma escola de idiomas chamada Superminds. Atualmente tenho duas turmas lá e sou registrado como professor - o que é bom porque me faz ganhar até bem. Além disso, peguei uma designação no estado e estou dando aulas numa escola estadual onde também tenho duas turmas. Só esses dois serviços já me fazem ganhar mais do que ganhava no CNA.

No CNA eu trabalhava 44h/semana e ganhava (líquido) R$982,00. De acordo com meus cálculos, trabalhando na escola Abadia e Superminds eu vou ganhar R$1.081,00 trabalhando 8h/semana. Com meus três alunos particulares eu posso conseguir no final do mês um total de R$ 1.761,80 trabalhando 12h/semana.

Esse mês uma outra escola talvez me contrate e se me derem duas ou três turmas o meu ordenado no final do mês pode ficar bem gordo, especialmente com os três outros alunos particulares que estou engatilhando. Finalmente vou saber o que é ter dinheiro! E melhor: ter dinheiro E ter TEMPO.

Realmente aprendi a dar valor no tempo. Trabalhando 8 horas por dia e 44 horas por semana não me deixava tempo para fazer absolutamente nada e estou me sentindo tão bem em poder sair, fazer outras coisas no meu dia-a-dia.

Tenho muita coisa pra falar, mas vou tentar dividir as ideias e escrever outro dia.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Um luto em observação

No final do ano a gente sempre deseja mudanças grandes para o ano seguinte. Para mim, uma grande mudança veio, mas não o tipo de mudança que eu imaginei. No dia 14 de janeiro minha mãe faleceu.

Ela descobriu um problema no coração em 2009, fez a cirurgia e tudo ficou bem até ano passado, quando o coração começou a falhar novamente. Refez a cirurgia em dezembro, houve algumas complicações, em janeiro elas voltaram e aconteceu o que aconteceu.

Fui vê-la no hospital na sexta-feira e foi uma visão que guardarei pro resto de minha vida. Uma pessoa em coma não é como nos filmes, em que ela fica serena como se estivesse dormindo tranquilamente. Basta lembrar que uma pessoa em coma geralmente está doente... nenhum doente tem um semblante bonito.

A psicologia diz que existem cinco fases do luto: a negação, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação. Não sei em que fase estou... a sensação é que já passei por todas entre a minha visita na UTI na sexta e o telefonema do hospital no sábado. Não sei se sou muito apático, se sou muito bem resolvido com a morte ou se simplesmente ainda não "caiu a ficha". O fato é que até o momento estou lidando muito bem com a situação.

Após o enterro fui guardar um creme para pele que minha mãe havia deixado na mesa da sala e acabei olhando a validade e vi que estava vencido. Me afundei no pensamento "eu podia ter comprado um creme novo, é baratinho." e isso é o luto pelo que foi. As coisas que a gente queria ter feito diferente, o que a gente queria ter mudado... acho que isso é o mais dolorido. Mas eu sempre evito esses pensamento. O problema maior é quando o dia-a-dia te faz enfrentar a realidade.

Quando a gente chega do velório e tem que guardar dois novelos de lã e uma agulha de crochê que estavam no sofá e você não tinha mexido neles porque não queria bagunçar para que a pessoa pudesse continuar fazendo quando chegasse em casa. É mais tarde, quando você vai ao banheiro e tem que jogar uma escova de dentes fora. É no outro dia, quando você entra na cozinha e vê três máquinas de costura. É quando você vai lavar a roupa e ainda tem alguns vestidos lá. É quando você fica na dúvida se pode colocar um dos vestidos na máquina ou não e você não tem mais a pessoa pra tirar sua dúvida... e você se surpreende em perceber que você se importa se vai estragar o vestido mesmo não tendo ninguém pra usá-lo mais. É você ter que guardar os enfeites de natal e lembrar que no próximo natal você vai ter que colocar tudo sozinho. É ir na sorveteria pra se distrair e a primeira coisa que vem na sua cabeça é que a pessoa não gostava de sorvete de morango. É saber que ninguém vai comentar com você sobre os desfiles das escolas de samba nem sobre o Big Brother. É o tempero diferente na comida.
 
 
 
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe uma paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...
- Alberto Caeiro
 

"Chegou à conclusão de que era um monstro, separado do resto da humanidade. Caiu sobre ele uma tristeza tremenda..."