segunda-feira, 19 de março de 2012

Can you imagine when this race is won?

Mais uma vez aconteceu um hiato entre minhas postagens. Inclusive alguns chegaram a me perguntar se eu havia abandonado o blog... Tá certo que vivo prometendo escrever com certa frequência e então desapareço, mas chegar a pensar que abandonei o blog é drama de mais. Parece que esse pessoal esquece que estou na faculdade e tempo é uma coisa que eu não posso usar de forma errada. Mais errada do que eu já uso, na verdade.

Planejo vir escrever a algumas semanas e sempre deixo para depois. Tenho muitas coisas para dizer e sinto informar que não as direi hoje. Minha motivação para esta entrada é um pouco diferente. Ao menos para mim, embora acredito que muitos dos que me leem vão achar que não tem nada de diferente. 

Muitas coisas estão marcadas para essa segunda feira. Muitas coisas importantes na minha vida e vão, se tudo der certo, mudar diversas coisas e se não der, já fez muita coisa mudar. O engraçado é que parecem coisas pequenas, mas que surtem um efeito tão grande...

Acho que foi no meio do ano passado, mais ou menos, que eu falei sobre ser uma lagarta tentando virar borboleta, mas sair da crisálida era difícil. Para mim esse é um processo bem difícil. Sempre gostei de ser criança e sempre quis prolongar ao máximo essa fase da minha vida. Primeiro que minha infância não foi plena, muitos problemas e situações me impediram de ser uma criança por completo e, talvez, por isso eu tentei prolongar esse período, para poder aproveitar o que me foi dosado aos poucos.

Só que cheguei em um momento em que já não está dando pra ser criança. Nunca vou abandonar essa criança, mas é preciso me deixar crescer. Semana passada cometi uma infantilidade que me surpreendeu: eu sabia que estava sendo imaturo e mesmo assim mantive essa postura idiota até o fim. Passei a semana inteira refletindo sobre isso. Já passou da hora de tomar certas responsabilidades, obedecer a certos instintos, traçar determinadas metas. Eu mudei.

Acredito que minha essência não mudou, continuo teimoso, chato, irritante. Mas trabalhei e continuo trabalhando em diversos recalques, precoceitos, opniões... Mudar não é ruim, é uma chance de recomeçar, refazer. De ter esperança de que pode melhorar. Também mudei um pouco por fora: o cabelo mais curto, roupas tecnicamente mais normais.

Olhando para trás eu vi que fui igual ao que a minha amiga Janine condena: queria ser diferente e achava que pra isso eu precisava ser diferente por fora. Acredito que eu era diferente por dentro, mas essa diferença convivia com uma igualdade de uma mentalidade ainda não muito estável. Minha amiga Isabella já havia apontado isso e eu demorei para aceitar. É difícil aceitar algumas coisas ou mudar algumas que estão tão enraizadas em você. Mas estou tentando.

Queimei muitas pontes importantes e agora não sei o que é melhor: tentar resconstruí-las ou simplesmente seguir em frente. Vale a pena enfrentar a correnteza por algumas coisas. Me preocupo com pessoas que não fazem a mínima ideia disso e nem imaginam o sacrifício que estou prestes a fazer por elas. Não é qualquer um que tem a honra me fazer ceder os muros que construí ao meu redor.

Meu professor Carlos me ensinou muitas coisas. E muito mais coisas que eu vou levar pra vida e não pra sala de aula. "Não existe pergunta boba, existe bobo que não pergunta"; "Bom mesmo é o agora"; "Professor tímido nasce morto"... Pois é. Ainda sou tímido, mas tive muito progresso nesse quesito. Só para ilustrar isso para vocês: na recepção dos calouros desse ano recitei um poema por livre e espontânea vontade e até cheguei a fazer alguma interação engraçadinha com a plateia. Mesmo tremendo assustadoramente consegui ir até o fim.

"E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, E que o poente é belo e é bela a noite que fica."

Deixei tantas oportunidades passarem... 

No fim você percebe que era você contra você mesmo.

3 comentários:

  1. Esse negócio de deixar algo para trás é bem perverso, mas tão proveitoso! Quando criança tinha medo de assistir à Alice, porque era entrar em um mundo desconhecido, deixar o seguro para trás, se saber se tem volta. Mas olha, nada na vida tem volta, e isso é tão simples que chamaram de passado. A Alice seguiu em frente, comeu coisas novas, bebeu coisas novas, cheirou, fumou, injetou e saiu feliz e serelepe, e com certeza, diferente. Mudar a si mesmo, mesmo que começando por fora, já faz inúmeras diferenças. Espero que o texto seja seu no próximo sarau. Abraços, Galera Fernanda

    ResponderExcluir
  2. Acredito que nunca deixamos de ser criança, e é sempre saudável vivenciarmos esses momentos novamente, porém chega uma hora que temos que pensar como "gente grande", e criarmos responsabilidades e confiança para conseguirmos deixar os obstáculos em nossas vidas para trás. Acredito que você é capaz de vencer os desafios que você propôs a fazer, e é o seu livre-arbítrio que vai direcionar o melhor caminho a ser seguido, então confie em você, e tudo se resolve, confie em Deus!Abraço!

    ResponderExcluir
  3. Parece uma reflexão sobre "Três maneiras de escrever para crianças..."
    De qualquer forma, acho que essa fase só tem a sua glória, quando ela não é comum, quando ela não é real. Queremos ser mais crianças porque não houve criança em nós. Aquele que vive a infância busca matá-la a cada dia.

    ResponderExcluir


"Chegou à conclusão de que era um monstro, separado do resto da humanidade. Caiu sobre ele uma tristeza tremenda..."