sábado, 6 de agosto de 2011

Amanhã é hoje de novo

Tem horas que a gente cança, quer desistir, pede pra tudo acabar, mas ai vem a fraqueza humana e faz a gente desistir, recusar. Mas a tristeza vai ficando, machucados sobre cicatrizes - que ficarão ali pra sempre. Dor sobre dor, se aglutinando, acumulando ao longo dos dias, mêses, anos. Tem algumas coisas que são tão difíceis de se esquecer e perdoar, é como C.S. Lewis disse no livro Cartas a uma Senhora Americana, perdoar é um trabalho continuo, a gente pensa que perdoou mas alguma coisa fica ali no fundo. No fim das contas o perdão é para nós mesmos e não para quem nos magoou.

O mais frustrante é você se ver numa situação e estar de mãos atadas e mesmo utulizando todas suas técnicas de escapismo você não consegue escapar. É como areia movediça, como uma teia de aranha, quanto mais você se debate, mais luta, mais você afunda e fica preso. 

Ai você começa a se odiar por não conseguir acabar com a estaticidade. Ver que sua vida estagnou e aquilo que te dava um lampejo de esperança de algo melhor no futuro já não vai ser como você planejou por motivos que estão além de sua vontade e poder de argumenntação. Simplesmente você não pode fazer nada contra aquilo, tem que aceitar, abaixar a cabeça e acomodar, e querer desistir, e tentar procurar alguma outra coisa a que se agarrar para forçar ir em frente.

E são tantas coisas que você não pode consertar porque é impossível ou porque você não tem a força que precisa pra quebrar essas correntes. Nessas horas a gente precisava de um amigo sincero para empurrar a gente - e o que impede esse amigo de existir é você mesmo porque falar a verdade e aceitar todas suas falhas pros outros dói. É como a borboleta que acaba de sair da crisálida, toda feia e mole, vunerável e se machuca até com a brisa da primavera. Mas falta a coragem, a segurança de sair da crisálida e ficar totalmente vulnerável para alguém, e por isso nós não nos tornamos a linda borboleta, cheia de cores, e vida, e felicidade.

Não abrimos nossas asas para alcançar novos horizontes, enfiamos nossa raíz o mais fundo e deixamos nossa casca o mais dura o possível para ir aguentando, sobrevivendo a vida. E você fica ali, parado, enquanto as estações vão passando por você e você continua sempre no mesmo lugar, cultivando resentimentos, pensando "o que vão pensar?" e ai vem a vergonha, você exita e desiste e espera que um dia alguma coisa mude pra melhor. 

Queria sair da crisálida, abrir minhas asas, buscar um novo lugar.

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"Chegou à conclusão de que era um monstro, separado do resto da humanidade. Caiu sobre ele uma tristeza tremenda..."