segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Superstition

Essa semana no trabalho aconteceu algo interessante... primeiro, tive de novo aquele problema de entrar aluno novo em uma turma que já estava em andamento. A turma havia iniciado a um mês e, quando o aluno novo me perguntou, respondi a realidade. Depois minha chefe veio me "puxar a orelha" dizendo que eu não posso falar isso pro aluno, que era pra dizer que eu só tinha feito uma conversa com a turma, etc, etc... infelizmente na hora eu fiquei quieto, e tive o que na linguística a gente chama de resposta retardatária, que é quando, depois da discussão, a gente pensa no que deveria ter dito. Mas minha resposta retardatária é que eu não vou mentir pro meu aluno. Aluno não é burro, ele percebe as coisas e Língua é uma coisa cumulativa, apesar de a gente costumar dividir "conteúdos", é pra depois juntar em um todo. O aluno vai perceber que coisas já foram dadas e eu vou perder o respeito dele por ter mentido. O professor tem que ser o exemplo, eu não quero que meu aluno minta pra mim, então não posso mentir pra ele.

Mas o que aconteceu de mais singular foi quando estava conversando com uma turma sobre o Dia de Ação de Graças. Expliquei o que era o evento, suas origens, como ele costuma ser celebrado e essas coisas e no fim perguntou pelo que eles eram agradecidos esse ano. Tudo ia bem, a maioria não sabendo responder e geralmente agradecendo por aquisição de bens materiais até que a última menina da primeira fileira disse ser agradecida pelo pai dela ter morrido. No começo fiquei surpreso de uma forma debochada porque pensei que era brincadeira, e só quando percebi que ela tinha começado a chorar que vi que era uma resposta sincera. Falei que se ela precisasse conversar que eu estava aberto e que ali nós éramos todos amigos. O assunto não foi adiante.


Ao menos não na sala, mas fiquei pensando como que esse pai era para que a aluna fosse agradecida por ele ter morrido, as coisas que ele deve ter feito... ser professor tem disso. E ser professor é algo que engrandece a gente, é um aprendizado constante. Principalmente porque eu nunca tive muito jeito com seres humanos.

Não ser por quê, mas estou com a impressão de que, mesmo que eu não vá bem nas provas, se eu fizer tudo, minha professora vai me passar nas duas matérias. Vou tentar... o TCC eu não sei se vou conseguir apresentar nesse semestre. Estou tentando. Mas eu conseguiria aguentar um semestre só com o TCC se for preciso, o que eu não aguento é ter que ir lá só pra fazer duas aulinhas por semana.

Final de ano... depois da melancolia, começa a onde de euforia gerada por mil planos para o próximo ano. Agora vai ser essa oscilação de sentimentos, essa bipolaridade. Ai, ai... que ano!

Nenhum comentário:

Postar um comentário


"Chegou à conclusão de que era um monstro, separado do resto da humanidade. Caiu sobre ele uma tristeza tremenda..."