sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ain, que tipo musica você gostaa?

Povo estranho, minha amiga Janine começou um blog pessoal onde ela escreve algumas reflexões sobre a vida, o universo e tudo o mais. Alguns dias atrás ela fez uma entrada com um assunto que me chamou bastante a atenção, provavelmente porque divergiu em parte com minhas ideias e conceitos. Já que a gente está distante e não dá pra argumentarmos sobre o assunto, vou dialogar à distância pelo blog. É até uma maneira de manter os assuntos latejando e eles não morrem em sí mesmo, mas gera uma discussão produtiva.

A entrada em questão foi a sobre a pergunta "Ain, que tipo musica você gostaa?" e sobre o ódio que ela tem de tal questionamento. Meu primeiro apontamento é com relação a pergunta em si. Não tenho nada contra essa construção gramatical e escolhas lexicais, odeio muito mais a "que música você curte?" (a palavra "curte" é jogar merda no ventilador). Ainda assim acho a ideia que esse questionamento traz bastante pertinente, afinal o que uma pessoa ouve revela bastante sobre sua personalidade.

Nosso diálogo é estabelecido conforme nosso interlocutor (olha eu trazendo minhas aulas de linguística pra bagunçar a cabeça de vocês). Você não vai conversar com um adulto da mesma forma que você conversa com uma criança, por exemplo. Você muda a entonação, a escolha lexical, a temática, de acordo com a pessoa com quem você está falando e quanto mais você conhece a pessoa fica mais fácil de fazer os ajustes na sua fala. E como eu já disse anteriormente, o estilo músical que uma pessoa ouve revela muito sobre a personalidade e inteligência da mesma.

Pra ficar mais gostoso e para vocês não acharem que eu estou sendo preconceituoso ou qualquer merda assim, posso justificar minha fala com uma pesquisa feita pelos cientistas desocupados (que são os meus favoritos) lá dos EUA. A pesquisa que recebeu o nome de "Músicas que Fazem Você Ficar Estúpido" foi publicada a alguns anos e consistiu em pegar os alunos do SAT (é a Provinha Brasil dos Estados Unidos) e comparar a nota que eles tiravam e relacionar com a música que eles ouviam.

O resultado foi o seguinte: quem ouvia Beethoven tiraram notas altíssimas enquanto quem ouvia Lil Wayne nem tanto... Por a pesquisa não ser tão recente não traz artistas como Justin Bieber e por ser americana não menciona ritmos como o funk nem lambada - a dança proibida. Embora, com base nos outros artistas e ritmos, a gente consegue imaginar claramente onde eles possivelmente estariam no gráfico logo a baixo.

Se o que você ouve está mais no lado direito você tem meu respeito, se o que você ouve está mais para o lado esquerdo eu espero que você saiba pra que lado é a esquerda.

E ai você se pergunta se essas pessoas são estúpidas porque ouvem esse tipo de música ou se por serem estúpidas, ouvem esse tipo de música. Levando em consideração um outro estudo que li a alguns anões atras, creio que posso afirmar que a estupidez prevém à música. Assim, essas pessoas ouvem essas músicas porque são estúpidas.

O estudo que eu menciono acima dizia que nós gostamos de determinada música por dois motivos: pelo exercício cerebral que ela propõe ou pelo vínculo sentimental que você faz com ela.

O exercício cerebral constitui as batidas batidas da música. Um código criado a partir dos diferentes movimentos, timbres e velocidade dos intrumentos e vocais dentro dos compassos. Essas coisas criam esse "código" que quando entra no nosso ouvido o nosso cérebro começa a tentar decifrá-lo, começa a tentar esquetejar esse padrão para compreendê-lo. Uma pessoa com mais habilidades cognitivas é capaz de decifrar códigos mais complexos com mais facilidade e a com menos inteligência não. 

A pessoa vai achar a música legal quando esse código estiver de acordo com a capacidade cognitiva dela. Se esse código for muito fácil o cérebro vai achar a música sem graça, se for muito complexo o cérebro não vai conseguir entender e vai entrar em curto-circuito e vai achar a música desinteressante. O meio-termo é a chave. O código não pode nem ser muito fácil nem muito difícil para o cérebro.

Um funkeiro não vai achar outros ritmos interessantes porque a capacidade do cérebro dele não é tão desenvolvida assim, o cérebro dele só consegue assimilar as batidas simples e repetitivas da Tati Rasga o Buraco. E um admirador de Vivaldi, acostumado com um código mais complexo, não vai achar graça num funk.

Se você ouve Beethoven mas quando está assim sozinho em casa, sem ninguém por perto, você meio que assim escondidinho arrasta o sofá da sala pro lado, põe aquela música do Rebelde e se acaba dançando até o chão não precisa se sentir culpado. Nós também podemos gostar de uma música por causa de vínculo sentimental. Que porra é essa?

Você saiu com com os amigos e se divertiu muito e ao lado de onde vocês estavam tinha uma adolescente virgem, gorda, leitora de crepúsculo e de bigode ouvindo RBD no último volume.... aquelas músicas ficaram queimadas no seu cérebro junto com os bons momentos com seus amigos. Ou seja, quando você ouve aquela música você revive aqueles momentos alegres e por isso a música, por mais que seja ruim, te agrada. Pelo que me lembro esse estudo não falava se esse vínculo emocional poderia ser criado a partir da identificação com o conteúdo da música, mas eu acho que afirmar isso é pertinente. Muitas vezes a gente acha que o cantor fez a música inspirado na nossa vida de tão bem encaixado a letra fica com a nossa própria vida... 

O que eu curto você pode descobrir no meu LastFM (não leve em consideração as execuções porque aquela porra tá errada... acho que as músicas que eu baixei já vieram com alguma informação anterior. Linkin Park está entre os mais executados sendo que eu comecei a ouvir no mês passado e nem ouvi tanto assim) Tomo o cuidado para ouvir as músicas do RBD só pelo youtube para que o LastFM não registre... quem se interessar é Tras de Mi e Fuera.

8 comentários:

  1. Gostei dessa postagem em resposta a minha! Mto legal a ideia huahua

    Bom, concordo com vc, o gosto musical revela mto da personalidade e até inteligência da pessoa. Com certeza. O que quis dizer na minha postagem foi que em geral, quando te perguntam isso e vc não tem o mesmo gosto musical da pessoa, ela já te vira a cara, como se não houvessem outras maneiras pelas quais vcs dois pudessem se identificar.

    A pessoa nem quer saber se vc tem bom gosto musical ou não. Pra ela, ter bom goto musical é ter o mesmo gosto dela. As vezes um rockeiro despreza alguem que gosta de boas musicas, mas que não são rock. E só por ñ ser rock o gosto da pessoa passa a ser desprezado. Como disse no blog, é uma atitude meio infantil. Você não precisa gostar de rock ou música clássica pra ter um bom gosto musical. Existem vários outros estilos tbm excelentes. Por sua vez, não é todo rock que presta, assim como mpb, soul, blues, jazz, etc. Aí já vai do artista, da banda.

    Mas enfim, concordo plenamente com tudo o que vc disse. Penso assim tbm, o gosto musical de fato revela mto da inteligencia de cada pessoa. Por exemplo, duvido q esteja sendo pré-conceituosa ao afirmar que é impossível alguém verdadeiramente inteligente gostar de ouvir Créu ou Dança da Motinha. Se existir, o mundo tá mais perdido do que imaginei. huahua

    Tbm achei o gráfico ótimo, poderiam fazer algum com cantores e bandas atuais. Se houvesse um brasileiro creio q poucas músicas estariam numa posição boa. (aliás, Lauro vc gosta de alguma banda ou cantor brasileiro?)

    O resto das informações tbm foram mto úteis. Salvei esse post nos meus favoritos.

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  2. Gostar mesmo, só da Marli.

    Depois eu ouço algumas de alguns artistas. Ultimamente estava ouvindo a versão ao vivo de Chão de Giz com Elba e Zé Ramalho
    http://www.youtube.com/watch?v=BalqdJ7ykm8

    Paísagem na Janela (também da Elba)
    http://www.youtube.com/watch?v=N0ISr5ysAgo

    Manacá - Diabo
    http://www.youtube.com/watch?v=0zTII37T-WI

    Dama de Ouro do Zéu brito
    http://www.youtube.com/watch?v=zQXaTqsuH3Y

    Ouço muito poucos artistas brasileiros...

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  3. hauhauhau Marli...shaushaus Ah, e esqueci: parabéns por ter ganhado no concurso da Marli! *o* Sabia q ia ganhar! Faça bom aproveito do seu álbum autografado!

    Ultima pergunta: já chegou a gostar de Pitty?

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  4. Eu ia falar dela mas deixei pra lá.

    Já gostei, deixei de gostar, voltei a gostar, deixei de gostar de novo... Levando em consideração o brasil até que ela é o que tem de melhor, mas me cança.

    Cansei de ser Sexy também é do Brasil ainda que só façam músicas em inglês. Estou viciado no novo álbum deles.

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  5. Oi Salém, já encontrei Emiliana Torrini como intercessão musical no seu Last.fm, portanto você já tem o meu respeito.

    A minha irmã passou o link, e afinal ela foi de certa forma colaboradora deste post. Fico feliz que ele traga de forma tão verdadeira e justa a segregação dos indivíduos através do que eles escutam. Acredito que é mais justo pensar nisso do que apenas em alguns fatores isolados. E acho que as pessoas em vez de se separarem por signos, poderiam se separar mais por estilo musical (embora eu ficaria sozinha nesta cidade roceira).

    Gostei do post e do seu humor, singular.

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  6. @Jess Veridiana

    Olá! Até que enfim nos "falamos". A Janine precisa nos apresentar qualquer dia.

    Tenho uma teoria quanto à signos mas nem eu mesmo acredito muito nela. A segregação por música me é mais confiável portanto. Se bem que acho que a questao não é separar, é saber respeitar e tolerar os gostos dos outros... O maior problema pra mim são aquelas pessoas que só conhecem uma coisa e não querem saber do resto. Quando eu não conheço eu ao menos dou uma chance pra ver se eu gosto. As pessoas deveriam ser mais assim, tentar conhecer mais coisas.

    Muito obrigado pela visita, volte sempre.

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  7. Que texto divertido Salem, adorei! A Jess me indicou esse post e eu fiquei impressionada com a inteligência e o humor que você usou pra tratar de tema tão delicado, fantástico, meus parabéns mesmo!
    Adorei principalmente a desculpa que você nos deu pra justificar os maus hábitos musicais. Também gostava de uma música de RBD (me voy) e não há razão que justifique ela, nem eu sei mais o porquê, mas agora posso dizer que foi em resposta a um vínculo emocional criado com a musica, hahahahahahahahaha. Você é um gênio!

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  8. @Dani Pimenta

    Hoje eu vou comer dois miojo com carne moída pra comemorar!!! Nunca tive tantos novos comentários assim.

    Muito obrigado pela visita, Dani. As portas estão abertas, volte sempre.

    Que bom que a srta gostou do texto. Tenho um sério complexo com tudo o que escrevo, principalmente proque geralmente escrevo no fluxo de consciencia e nem presto atenção no que estava escrevendo.

    Mas o que eu disse não foi uma desculpa, era um pesquisa científica séria. Só não coloquei as fontes porque foram pesquisas que eu li a uns dois anos atrás e não consegui achá-las novamente.

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"Chegou à conclusão de que era um monstro, separado do resto da humanidade. Caiu sobre ele uma tristeza tremenda..."